Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida |
Um
possível desabastecimento de etanol à base de cana no mercado do NE,
apontado pelo governo federal, fez com que ele importasse etanol de
milho dos EUA para a região. Mas a ideia não agradou os produtores de
cana-de-açúcar, que, através da União Nordestina dos Produtores de Cana
(Unida) criticou a medida devido os seus efeitos econômicos negativos
para o segmento. Por este motivo, o órgão de classe regional, que
representa cerca de 22 mil produtores de cana, repudiou a ação e
solicitou a suspensão da medida à Superintendência de Abastecimento da
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
“O
pedido de suspensão tem consonância com posições da presidente Dilma
Rousseff”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida. O dirigente
conta que quando Dilma visitou os canavieiros nordestinos em 20 de maio
de 2013, na Associação dos Fornecedores de Cana de PE, ela garantiu que
seu governo sempre fará uma política permanente com o segmento para
enfrentar as dificuldades de clima, relevo e do mercado. Na época, a
presidente bradou que qualquer país do mundo tem que ter a consideração
pela diferenciação regional. É isso que o setor cobra.
Se
o pleito dos canavieiros não for atendido, a importação do etanol vai
promover uma concorrência desleal e problemas decorrentes na cadeia
produtiva local. O primeiro problema é a redução do valor da cana, o que
vai afetar diretamente os agricultores e também os industriais. Lima
explica que isso acontece porque a composição do preço dela depende do
valor de mercado de seus produtos industrializados, como é o etanol.
“Com a concorrência do etanol forasteiro, ocorrerá uma depreciação dos
valores do etanol local e, consequentemente, dos valores da cana”, diz.
O
dirigente fala ainda que é um contrassenso o governo federal investir,
por um lado, R$ 148 mi em subvenção para socorrer o setor canavieiro do
NE, em função dos prejuízos provocados com a última seca, e, por outro
lado, importar etanol para competir com o mesmo setor produtivo regional
que começa a sair dos cenários da estiagem e tenta lutar para se manter
viável economicamente. Lima lembra ainda que o etanol de milho não é
fiscalizado pela ANP, portanto, falta certificação sobre a qualidade do
combustível importado.
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