
Foto de 26 de janeiro mostra grupo de alpinistas chilenos com o que eles dizem ser os destroços de um avião que caiu nos Andes há 54 anos.
O Douglas DC-3 da LAN Chile foi dado como desaparecido em 3 de abril de 1961, perto da cidade de Linares, cerca de 300 quilômetros ao sul da capital chilena, Santiago. Oito jogadores e o treinador do time de futebol Green Cross, bem como três árbitros, estavam entre os 24 passageiros a bordo do avião. Todos morreram.
A "tragédia do Green Cross" não deve ser confundida com a queda da aeronave que transportava jogadores de rúgbi uruguaios, em 1972, deixando-os 72 dias isolados na cordilheira. Esse outro acidente teve 16 sobreviventes e virou filme e livro.
A LAN Chile, agora parte da Latam Airlines, maior companhia aérea da região, era estatal na época do acidente do Green Cross.

Eliseo Mouriño, jogador argentino que está entre as
vítimas do desastre aéreo de 1961
Equipes de resgate encontraram a parte final da cauda da aeronave e alguns restos humanos uma semana depois do acidente, disse à Reuters um funcionário que pediu para não ser identificado. Mas o esforço de recuperação dos corpos foi abandonado por causa de sua localização perigosa e remota, perto dos picos nevados.vítimas do desastre aéreo de 1961
A redescoberta do avião está lançando nova luz sobre a tragédia, e reacende as esperanças de uma despedida muito aguardada por alguns dos parentes ainda vivos dos passageiros.
Escalada
Para chegar ao local do acidente, 3 mil metros acima do nível do mar, a equipe de montanhismo de nove membros viajou dois dias a cavalo, atravessando riachos e barrancos, e depois passou mais dois dias escalando as montanhas. Levou mais dois dias para voltar.
A equipe de expedição já havia feito outras duas tentativas de localizar o avião no ano passado, sem sucesso, segundo o líder do grupo, Lower López. Para ele, a terceira tentativa foi um grande êxito.
O período de janeiro a abril normalmente é a melhor época do ano para subir os Andes chilenos ao sul da capital.

Cerimônia de despedida
Vários membros da família querem fazer a viagem para o local por conta própria para uma cerimônia de despedida.
"Eles querem ir lá em cima, encerrar um capítulo em suas vidas, ver onde o avião e os restos mortais de seus entes queridos estão", disse López, acrescentando que alguns familiares o cumprimentaram pessoalmente.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com parentes dos ocupantes do avião. "Se eles não tiverem condições físicas para irem lá, não vou subir com eles... é muito perigoso", acrescentou López.
Linares, Chile

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